17/07/2018

O julgamento apressado, normalmente sai errado




 Certo dia, estava olhando nas ditas redes sociais, uma foto foi replicada inúmeras vezes dentro de meus círculos de amizade. Era a imagem do interior de um ônibus coletivo, nela aparecia um homem, que não era um idoso, sentado em uma das cadeiras amarelinhas, que são aquelas "de preferencia" para idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo. Pois bem, abaixo da foto, a legenda: "como você quer que os políticos te respeitem se você não respeita nem os mais velhos".


 Claramente, a foto julgava que um cara mais jovem que estava ocupando um lugar reservado para idosos, por pura falta de bom senso, além disso, a legenda equiparara ( intrinsecamente) a falta de respeito que esse homem teve com aquilo que pressupõe-se que os políticos façam, ou seja, faltem com respeito para com o semelhante. Depois da enxurrada de comentários ferozes e muitas vezes algumas ameaças de morte, advindas de perfis com 2 amigos e uma foto, resolvi olhar mais atentamente para a foto, só então percebi que quem estava sentado no banco era nada mais nada menos que Chaguinha!

 É claro que fui tirar satisfações com ele, perguntar porque estava sentado enquanto tinha uma senhora idosa em pé do seu lado. Chaguinha virou-se para mim e disse que nem tudo que reluzia era ouro! De fato, ele estava sentado, enquanto tinha um idoso ao seu lado, no entanto, no momento em que a foto foi tirada ele já havia oferecido o lugar para o "velhote" umas três vezes, ao passo que ela recusava com veemência, na última vez que ofereceu o lugar, a senhora disse que já estava para sair.

 - O velhote queria ficar em pé, vou fazer oquê, forçar ela a sentar? Vão a merda todos esses trouxas, nem sabem de nada e ficam compartilhando merda por aí.  



  Outra vez, na porta de um banco, vi um senhor que estava sentado no chão, boné nas mãos. Em 3 minutos que o homem sentou-se, uma outra pessoa saindo do banco o observou, puxou umas moedas do bolso e colocou em seu boné. O senhor que estava sentando informou do engano. Ele não era pedinte, estava sentado apenas porque não tinha lugar para sentar ali perto e estava com as pernas doendo de esperar na fila do banco. 




  Situações como essa, onde fazemos um julgamento precipitado de alguém, ou alguma situação também acontecem nas redes sociais. Nas redes sociais, aliás, o problema se intensifica, como tudo que há nas redes  é macroambientada

 Pois outro dia estava dando a famosa "zapeada" no feed do Facebook, pelo celular, no navegador, porque não tenho memória pra baixar os 10 apps que o Zuckberg criou na última semana. Zapeado o feed, vejo a foto de uma menina que estudou comigo. A garota estava beijando sua namorada, fui curtir a foto, já que estava curtindo todas mesmo, aí o celular trava nas reações e acabo reagindo com o GRR ( a careta que aparenta raiva). 

 Minha intenção não era a de reagir de forma "raivosa" a foto. Sequer havia visto que tinha reagido daquela forma. Foi suficiente para, meia-hora depois ver um texto de 5 parágrafos sobre o ataque que tinha sofrido por "demonstrar o amor". Fui até a foto para ver do que ela estava falando e só então percebi que eu mesmo tinha sido o único que deu o GRR na foto dela. 


  Temos que prestar mais atenção ao que acontece a nossa volta, perceber melhor as coisas e principalmente, pensar antes de agir de uma maneira que possa prejudicar alguém. 




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