22/02/2017

Boomerang


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        Dias atrás, conversava com meu amigo Francisco das Chagas, vulgo Chaguinha. Estávamos em um bar, na escaldante cidade de Palmas, conversando sobre a política tocantinense e bebendo um moloko (referências, pra que te quero?). Pois bem, começamos então a falar sobre as notícias nos principais portais de notícias.
        Coisa que chamou a atenção logo de cara foi o roubo de um carro dentro do pátio da prefeitura. O pátio daqui de Palmas, que mais parece ferro-velho de filme americano, é abarrotado de veículos apreendidos e ou guinchados. O roubo de um carro dentro de um órgão municipal, que teoricamente deveria monitorar as entradas e saídas já seria uma coisa bizarra. Mas, e sempre tem um ‘mas’, o que mais impressiona na notícia é que essa não é a primeira vez que roubam no pátio. A galerinha da mão leve, segundo a matéria, começou levando peças de motos. Cerca de um mês depois, percebendo que não tiveram problemas, eles levaram uma moto, e agora fecharam com chave de ouro, levando o carrinho.
        Chaguinha disse que já teve o carango guinchado e levado para o tal pátio da prefeitura e ele disse que tem que pagar uma diária de trinta “contos” (linguagem dele) pelo veículo. Quer dizer, o camarada paga o preço de uma diária de pousada e ainda corre o risco de ter seu veículo roubado.
        E como dizia Gabriel “o pensador”: a criminalidade toma conta da cidade... outro dia uma mulher foi presa tentando vender um celular por 10 reais. O “cliente” logo desconfiou e chamou a polícia, aí descobriram que o celular era roubado. Analisando o caso Chaguinha disse que o cara fez mal em denunciar a mulher. Ele disse que o cara que foi roubado dificilmente vai ter o celular de volta mesmo. Comprando o celular da mulher o cliente teria um “mega desconto” e ainda ia ajudar a mulher. Tentei argumentar com ele falando que um furto é um furto e que um crime não deve ser amenizado, mas ele permaneceu com sua idéia fixa. Aliás, em discussões ninguém nunca muda de idéia, ou dificilmente o faz. Quer dizer, cada um argumenta tentando convencer o outro de alguma coisa, mas independente dos argumentos todos saem com a mesma opinião que tinham antes. Por isso mesmo não discuti mais e apenas fiz um meneio de cabeça.

No domingo fomos à Feira do Bosque e não é minha surpresa quando surpreendo Chaguinha olhando os celulares de um rapaz, que não chamarei de suspeito porque isso seria eufemismo. Entre as “mercadorias” do rapaz estava um celular “da maçã” que ele estava vendendo por cem reais. Chaguinha pegou a carteira na hora. De nada adiantou o meu olhar repreensivo e eu ter lhe falado que provavelmente aquilo era fruto de furto (tome esse trava-lingua). O fruto do furto, furtado foi e acabou sendo comprado pelo meu amigo. Deu-lhe o dinheiro e saímos de lá. Quando íamos saindo Chaguinha percebeu que na verdade ele tinha acabado de comprar o próprio celular! O celular dele tinha sido fruto de furto (tente ler rápido) e ele nem percebeu porque estava muito eufórico pelo valor irrisório por um celular tão bom.


        Eu poderia finalizar o parágrafo falando das lições de moral aprendidas por meu companheiro, e seria um belíssimo fim, mas não seria a realidade. Infelizmente Chaguinha continuou com sua idéia de que afinal de contas, se ele não tivesse comprado o celular acabaria tendo um prejuízo maior do que o que teve. Ainda que eu não questione seu argumento não acho certa a sua lógica. Afinal de contas aquilo funcionaria como um boomerang: por mais que você o lance longe ele acaba voltando. Talvez o estimado leitor acredite que um iô-iô seria mais apropriado aqui no Brasil, mas a comparação é minha então fique satisfeito.  

21/02/2017

Carros voadores, Cheques sem fundos e Financiamento

      O folhear de jornais é um hábito que aprendi já na vida adulta e embora eu também consuma as demais mídias, sempre que posso acompanho os jornais impressos para poder “apalpar” a notícia. E existem certas notícias que realmente, se não estivessem impressas dificilmente eu acreditaria. Não é que a internet não tenha credibilidade, alguns sites possuem certa notoriedade e algum crédito, se bem que é sempre saudável consultar outras fontes antes de ter qualquer notícia como certa.
      Pois bem, depois do costumeiro parágrafo de enrolação, onde é possível filtrar os curiosos dos leitores reais, vamos à crônica. Sim, amado leitor, dessa vez é uma crônica mesmo, com todos os elementos lingüísticos e estilísticos. Talvez eu peque um pouco no tamanho do texto, mas que há? Não se pode ter tudo na vida.

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   Uma empresa holandesa fabricou e já está vendendo o Liberty Pionner, trata-se de um carro voador, e não é apenas um protótipo, como já fizeram milhares de vezes algumas empresas, esse parece que é para valer. Obviamente não vai ser todo mundo que vai poder comprar o bicho. Para comprar o carrinho é preciso desembolsar um milhão e meio de reais. Pelo visto o automóvel (ou seria aeromovel?) não vai vir para o Brasil tão cedo. Se nem o Eike Batista tá podendo comprar o bicho, imagine você! Bem, talvez o Silvio Santos, talvez! O danado do carro tem hélices que permitem que ele saia do chão, como um helicopetero, eu fico imaginando esse trambolho em São Paulo. Já tem pouca poluição sonora, com uns três trabucos desses vai ser impossível escutar a própria voz.
    E quando eu disse que a situação estava feia é porque está mesmo. Aqui no Tocantins, um prefeito de uma cidade do interior foi condenado por pagar contas com cheques sem fundos, vejam só! Com cheque sem fundo até eu compro o carro-voador, aí se algum engraçadinho do Detran quiser me multar é só começar a voar. Boatos dão conta que o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, popularmente conhecido como Amastaxa já está pensando em como cobrar impostos sobre os voos dos novos carros.

    Mas o que estávamos falando?... (a pontuação incorreta, encare essa crônica como um exercício de interpretação). Ah sim, já que estamos em uma crônica meta-linguística-politica-sulamericana-pósimpeachment (vou colocar o parênteses para você respirar, porque segundo o Pasqualle não vai vírgula aqui) vamos falar da loira mais famosa do Brasil. Não, não é a Carla Perez, é Suzane Von Richtoffen (se escrevi o sobrenome certo, me parabenizem porque eu não pesquisei). Pois então, não é que a “danada” voltou pro noticiário essa semana. Não, ela não matou a mãe, isso só se faz uma vez, agora ela estava querendo um financiamento estudantil, ela até passou, mas perdeu o prazo de inscrição. O melhor comentário sobre isso? É que ela estudou como uma condenada. Depois dessa, me recolho ao meu sofazinho e vou tomar meu café que me dá mais lucro. Abraços. 

Morte acidental

          Enquanto ele falava, eu arrumava a churrasqueira até que todos viessem. Era uma típica festa de firma, onde as pessoas vão par...