30/04/2019

teste

29/04/2019

O que é certo é certo










Ao amanhecer do dia peguei, como de costume, a condução que me leva ao meu serviço. Passando por cães e marginais que ainda não haviam adormecido da noite anterior. Percebi que os passageiros do ônibus estavam mais irritados que o normal e o ônibus nem estava tão lotado assim. Pelo que pude ouvir de orelhada, o motorista tinha deixado de parar algumas vezes e depois reclamado que os passageiros não estavam puxando a corda, que indicaria a parada.

Algumas pessoas acreditam que, nas estações é obrigatória a abertura das portas para o desembarque, ainda que ninguém solicite a parada. Pelo que consegui verificar com alguns “motoras” a orientação é essa, mas o “certo” é que o passageiro solicite a parada.

Pois bem, em uma das estações, estranhamente não haviam passageiros para embarcarem, o motorista então passou por ela sem parar. Uma das passageiras, estressada com a situação, gritou:

- Gente, quem ia descer na estação?

Várias pessoas levantaram a mão, porém um homem, que havia percebido ( ou teria imaginado) que ninguém havia puxado a corda, saiu em defesa do motorista:


- Mas ninguém puxou a corda né? Pessoal, tem que puxar a corda, o motorista não tem como adivinhar que vocês querem descer né. O que é certo é certo! – terminou  ele todo inflamado.

Alguns pontos depois o mesmo sujeito se levanta e puxa a corda, nenhum sinal de que ele havia solicitado a parada. Tenta de novo. Nada! A corda não funcionou.

Alguns passageiros se entreolharam com um sorriso de satisfação, que, só não descrevo melhor porque também estava tomado de euforia. Afinal, alguém (ou teria sido eu?) gritou:

- O que é certo é certo!

09/09/2018

Caderno 1

Cadernos do Cárcere_ offline

 O primeiro, tal qual o último, que também não consistia em nada. O título é esse mesmo que vossas senhorias conhecem dos espólios narrativos dos professores de ensino médio, ou daqueles que ensinam “humanas” nas universidades públicas país afora.

 Em que consiste? Bem, afigura-se que estou sem internet e na falta de qualquer outro atrativo resolvi escrever-lhe, diretamente do cárcere do mundo off-line, vejam o drama! Teorizar a situação em si e conjecturar sobre as possíveis implicações de um mundo sem internet seria uma forma fácil e rápida de encher a tela com palavras, mas não faço. Primeiro por respeito a quem por ventura vier a ler isso, segundo porque não estou completamente certo se sairia alguma coisa substancial dessa empreitada.

  Se não vamos teorizar o mundo “off-line” e nem nada do tipo, que diabos vamos escrever? Bem, o esquizofrênico que por ventura ler, ouvir ou captar esse texto, provavelmente vai se perguntar quem está escrevendo (porquê o plural?). Vou deixa-los encucados com a possibilidade de outras entidades extracorpóreas estarem ao meu lado durante a confecção deste. O leitor que não possui problemas esquizofrênicos passe adiante.


 Cá estou eu, sem internet, com algumas preocupações na cabeça. É interessante que a possibilidade da falta nos faz ativos, agora por exemplo, como estou sem internet, lembrei que tenho que pagar um boleto, de ver como está o caos político e de como era mesmo aquela música que eu só sei o refrão. 
 Gramsci escreveu seus “cadernos do cárcere”, uma coletânea que versava sobre os mais diversos assuntos: teatro, economia, politica, poesia. Obviamente, o destaque que deram foi para sua obra “politica”, talvez, e não apenas, porque a causa de sua prisão ter sido uma dissidência política. Agora mesmo, estou aqui com vontade de pesquisar e ver mais algumas curiosidades sobre Gramsci e estou off.  Estou aqui a caçar na minha nuvem mais um dos textos do romance do “terno psicopata” que estou a escrever (titulo provisório) também estou querendo fazer mil outras coisas, pensando em salvar o rascunho online. Entrar na plataforma para repassar esse texto. E estou off.



   Os textos, ditos pós modernistas, têm grande aceitação. Normalmente não seguem padrões ortográficos ou gramaticais, nem prezam pela coerência e coesão. Fazer um texto nesses moldes e soltar duas ou três frases de efeito, que façam algum sentido para o leitor parece que hoje são a fórmula do sucesso. Sobretudo no tempo em que todos escrevem muito, leem pouco e leem mal. Coloque três frases interessantes em um texto completamente desconexo e os outros pensarão que você escreveu uma obra de arte. Quem  presa pela boa forma e pelo conteúdo de seus textos está fadado a ser lido por meia dúzia de pessoas e ser entendido por umas duas ou três. Assim, tanto muito pior se o assunto for política, se você citar candidato A ou B de forma mais dura já lhe rotulam seguindo : criticou A = apoia B, criticou B = apoia A. Se fizer critica a A e B vão procurar alguma aproximação sua com algum dos dois.

  

17/07/2018

O julgamento apressado, normalmente sai errado




 Certo dia, estava olhando nas ditas redes sociais, uma foto foi replicada inúmeras vezes dentro de meus círculos de amizade. Era a imagem do interior de um ônibus coletivo, nela aparecia um homem, que não era um idoso, sentado em uma das cadeiras amarelinhas, que são aquelas "de preferencia" para idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo. Pois bem, abaixo da foto, a legenda: "como você quer que os políticos te respeitem se você não respeita nem os mais velhos".


 Claramente, a foto julgava que um cara mais jovem que estava ocupando um lugar reservado para idosos, por pura falta de bom senso, além disso, a legenda equiparara ( intrinsecamente) a falta de respeito que esse homem teve com aquilo que pressupõe-se que os políticos façam, ou seja, faltem com respeito para com o semelhante. Depois da enxurrada de comentários ferozes e muitas vezes algumas ameaças de morte, advindas de perfis com 2 amigos e uma foto, resolvi olhar mais atentamente para a foto, só então percebi que quem estava sentado no banco era nada mais nada menos que Chaguinha!

 É claro que fui tirar satisfações com ele, perguntar porque estava sentado enquanto tinha uma senhora idosa em pé do seu lado. Chaguinha virou-se para mim e disse que nem tudo que reluzia era ouro! De fato, ele estava sentado, enquanto tinha um idoso ao seu lado, no entanto, no momento em que a foto foi tirada ele já havia oferecido o lugar para o "velhote" umas três vezes, ao passo que ela recusava com veemência, na última vez que ofereceu o lugar, a senhora disse que já estava para sair.

 - O velhote queria ficar em pé, vou fazer oquê, forçar ela a sentar? Vão a merda todos esses trouxas, nem sabem de nada e ficam compartilhando merda por aí.  



  Outra vez, na porta de um banco, vi um senhor que estava sentado no chão, boné nas mãos. Em 3 minutos que o homem sentou-se, uma outra pessoa saindo do banco o observou, puxou umas moedas do bolso e colocou em seu boné. O senhor que estava sentando informou do engano. Ele não era pedinte, estava sentado apenas porque não tinha lugar para sentar ali perto e estava com as pernas doendo de esperar na fila do banco. 




  Situações como essa, onde fazemos um julgamento precipitado de alguém, ou alguma situação também acontecem nas redes sociais. Nas redes sociais, aliás, o problema se intensifica, como tudo que há nas redes  é macroambientada

 Pois outro dia estava dando a famosa "zapeada" no feed do Facebook, pelo celular, no navegador, porque não tenho memória pra baixar os 10 apps que o Zuckberg criou na última semana. Zapeado o feed, vejo a foto de uma menina que estudou comigo. A garota estava beijando sua namorada, fui curtir a foto, já que estava curtindo todas mesmo, aí o celular trava nas reações e acabo reagindo com o GRR ( a careta que aparenta raiva). 

 Minha intenção não era a de reagir de forma "raivosa" a foto. Sequer havia visto que tinha reagido daquela forma. Foi suficiente para, meia-hora depois ver um texto de 5 parágrafos sobre o ataque que tinha sofrido por "demonstrar o amor". Fui até a foto para ver do que ela estava falando e só então percebi que eu mesmo tinha sido o único que deu o GRR na foto dela. 


  Temos que prestar mais atenção ao que acontece a nossa volta, perceber melhor as coisas e principalmente, pensar antes de agir de uma maneira que possa prejudicar alguém. 




16/07/2018

Puxa, prende e solta

  

  É meus amigos, os velhinhos do Supremos estão ficando doidos. Tão tudo ficando doido. Daqui uns dias vamos viver o mundo pos-realista de Kafka em "O processo", um poder Judiciário que manda em todos os aspectos da vida da população e ninguém é capaz de opinar sobre o que eles falam. 

 É verdade que os demais poderes da república estão em decadência, estão corrompidos e etc e tal. Mas pegue o seu feed de notícias, abra seu Twitter, quatro de seis notícias veem com o nome de algum ministro. Alexandre de Moraes nega liminar para soltar Lula. Barroso autoriza seguir investigações sobre Temer.

 Nos casos citados no parágrafo acima  ainda vai, é prerrogativa da Corte deferir e indeferir questões relativas ao direito. Vá lá, mas vamos ver. Foi votado e aprovado pelo Congresso Nacional, que tem como papel Legislar (esse sim!) um projeto de lei que pedia o voto impresso correlato a eleição eletrônica. O papelzinho, viria impresso o voto e o eleitor deveria inseri-lo em uma outra urna, que só seria aberta em pedido de recontagem de votos. 

 Não pretendo aqui entrar no mérito da questão. Se o voto impresso é bom ou não, cada um fique com sua opinião. Caso é que, o Congresso decidiu que deveria ser feito dessa forma, aprovou o voto impresso correlato ao eletrônico, visando garantir maior precisão nas eleições. Logo que a questão foi aprovada, nosso menino Dias Toffoli, que era presidente do TSE na epóca, disse que não havia dinheiro para imprimir esses papeis e não sei lá mais oquê. Engraçado que o TSE imprimi os comprovantes de votos de todos os eleitores, inclusive dos que não vão votar, entregam para os que votaram e incineram os que não foram votar. 

 Papo vai papo vem, o Supremo acabou por dizer que não existe motivo para fazer o voto impresso. Ainda não está batido o martelo sobre o caso, mas se o Congresso quer de uma forma STF vai pelo lado contrário. 

 Outro tema que foi votado pelos Velhinhos da Toba (digo da Toga) foi a respeito do Financiamento eleitoral por empresas privadas. O Congresso teve várias sessões para discutir o tema. Acabou que a contribuição de empresa foi considerada aceita pois já estava amparada no modelo atual. Os vermelhinhos obviamente não queriam ( talvez porque já tinham uma grana guardada nos países "amigos"), tentaram derrubar sessões, fizeram de um tudo para que o financiamento por empresas privadas deixasse de ser válido, ironicamente, o PT foi um dos maiores recebedores dessas empresas, seguidos dos tucanos e do agora MDB. 
 
 Não quero aqui entrar no mérito do financiamento empresarial. Se é bom ou não é assunto para outro texto------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ atualização:

  Por isso gosto de crônicas, nem bem terminei de escrever esse texto e tivemos um fuzuê no judiciário. Um desembargador pediu que soltassem o Lula, segundo ele o ex-presidente estaria sendo tolhido do direito de fazer campanha por estar preso. Uma lógica muito boa, "vamos soltar o cara para que ele possa fazer campanha", aproveitamos e soltamos o Cunha e outros politicos presos que querem se candidatar. Aliás, Marcola está querendo entrar nessa bicada também. A confusão durou todo o domingo, nossostros, ainda tristes com a derrota pra Belgica tivemos que videar mais essa tragi-comica cena.

   Novamente, não quero entrar no mérito da questão (o pacato leitor deve estar me chamando de arregão), compreendo que se vou criticar algo como uma decisão ou decisões judiciais devo ter algum aprofundamento na matéria, coisa que não tenho, por isso deixo o mérito para nossos operadores do direito. O que não pode é que as pessoas não tenham um mínimo de segurança jurídica, afinal Puxa, prende ou solta. Que se decida de uma vez.Tudo bem que o Direito seja uma matéria interpretativa, vá lá... mas já estamos entrando em um campo que beira o ridículo. Militancia judiciária prejudica tanto o réu quanto a própria constituição.

 
 Vamo-que-vamo vem... ih ih ih.











30/06/2018

As vezes o equipamento pode destruir, ou ser destruído

  

 Pensei em começar com o "acordei hoje cedo, me levantei da cama e bla bla bla..." mas hoje decidi poupá-lo da dor de cabeça de ler a ladainha habitual. Estava a discutir com meu amigo Chaguinha: 

  - Olha, vou dizer, se o cara for bom mesmo, não importa o equipamento. Não importa ter a última tecnologia se o cara não sabe usar. - disse Chaguinha.

  - Concordo, mas ter também um equipamento de qualidade inferior pode ser a diferença entre um trabalho bom e um trabalho regular. Isso, admitindo que o profissional que vai fazer o serviço seja excelente, se for um que esteja na média, o equipamento pode destruir todo o projeto. 
 
  - Mas se o cara for bom mesmo, isso não importa não cara, te digo por experiência mesmo.

  Andei a observar mais atentamente sobre o tema. Profissionais de fotografia tirando fotos com qualidade full HD 7D não sei o quê, contra nossos singelos smartphones com memória de 16 gigas e com fotos comprimidas aos máximo. 

  Outro dia fui em um casamento, uma amiga minha fotografa tinha sido contratada para tirar as fotos. A cliente pediu o kit completo, cds com fotos para os convidados, ensaios pré e pós casamento e tudo o mais. Além de uma camiseta estampada com uma foto do casal. 
 Fiquei apreciando as festividades, a missa, os comes-e-bebes e é claro bebi. Percebi que a fotografa tinha que competir não raramente com os flashes dos celulares e maquinas "semi" dos convidados. Apesar de tudo ela conseguiu tirar umas boas quatrocentas fotos na festa do casamento, todas muito bem montadas e com qualidade profissionais. No dia seguinte ela passou as fotos pro editor, que tratou todas as fotos antes que fossem apreciadas pelo casal. 
  Quando chegou o dia de apresentar as fotografias e perguntar aos recém-casados que foto queriam nas camisetas, ela percebeu que o casal não estava dando a mínima atenção aos book que ela trazia. Chegou a hora e ela perguntou:
  - Então, vocês já decidiram qual a foto vai ser colocada nas camisetas?
  - Bem, essas fotos estão muito boas, mas a gente tava olhando aqui no grupo da família e a Ritinha tirou uma na hora exata que as alianças são colocadas e a gente acha que vai essa mesmo. 
  - Olha, mas eu tirei várias fotos do momento em que as alianças são postas, vocês não querem dar uma olhada? Estão logo aqui - disse ela apontando para a página no album. 
  - Bem, ficaram ótimas, mas a gente já falou com a Ritinha, ela é madrinha do casamento e a gente quer a foto que ela fez mesmo. 
 
   Minha amiga engoliu em seco e perguntou onde estava a foto, recebeu por whatsapp a foto que estava na resolução mais baixa possível. Ela contou, que ainda tentou convencê-los que a resolução não estava boa, mas eles estavam convictos em usar a foto da tal Ritinha e assim foi feito. As camisetas ficaram cheias de espaços brancos entre os pixels da foto do celular. Mas, que se pode fazer? No fim ainda iriam culpar a fotografa pela imagem ruim. 

  Mas aí me chega Chaguinha, de novo com o papo de que o equipamento não é essencial e que o que conta mesmo é o profissional. Foi quando o desafiei.
  - Vamos então digitar um livro e vamos ver se você me vence.
  O computador dele era um daqueles do tempo do ronca, com sistema operacional Windows XP e com editor Word 98. 
  Baixamos uma versão digital de Dom Casmurro, e com uma tela aberta no PDF e outra com o editor iriamos digitar a mais celebre obra de Machado de Assis. Umas 200 páginas. 
 Ele tinha um teclado com fio, duro, eu estava com um Microsoft 2000, sem fio e com teclas supermacias, além de contar com um computador atualizado e todos os adereços possíveis para uma boa escrita. 

  Pois bem, começamos a competição. Durante as primeiras páginas, Chaguinha foi até bem, estava na mesma velocidade que eu, talvez até mais rápido. Foi aí que os problemas começaram, o arquivo estava muito pesado para o processador, o programa salvava uma copia de 10 em 10 minutos e a cada salvamento automático o pdf parava de funcionar e ele tinha que abrir novamente o programa. Ficamos nessa, quando terminei de compilar o livro ele ainda estava chegando na página 100. Irado, Chaguinha pegou o teclado e jogou-o ao chão sem qualquer cerimonia. 
















29/06/2018

O Branco, o nulo e as mulas

 Certo, certo, vamos iniciar com a aquele papo superficial  e depois trataremos dos assuntos mais importantes. É certo, que aqueles que acompanham esse malfalado blog têm se perguntado porquê cargas d'aguas tem tantas postagens de outros autores. A explicação é simples, para que o mestre GOOGLE, assimile melhor qualquer site e o inclua nas pesquisas é necessário ter muitas palavras-chave (ou keywords) dentro das postagens. Pensando nisso, Chaguinha me aconselhou a postar conteúdos extensos de outros autores. Admiti a possibilidade, claramente consternado pelo fato de eu mesmo não ter disponibilidade temporal para criar os tais textos com as keywords. Assim, assimilei diversas crônicas de mestres na arte de escrever. 



  Desculpem-me as digressões, mas também acho de bom tom, esclarecer aos dois leitores que terão a honra de ver essas palavras: há um bom tempo não escrevo, estou, como se pode dizer, enferrujado, inclusive meus dedos estão começando a doer e creio que não devo passar de 200 caracteres por segundo nesse teclado que é até rasoavel. 
 
 A crônica diária deve ser postulada em termos noticiosos, aquele artigo, matéria ou editoral, devem servir de base para o cronista desvincilhar-se no enlameado e difuso labirinto das palavras. A crônica diária é necessariamente temporal, não consegue distanciar-se do cronus do jornal. O tique-taque das notícias definem o traque-traque da crônica. É bem-vindo e por vezes exigido algum tipo de personalidade própria por parte do autor, um cachorro falante, um espírito desgarrado, ou no meu caso, um amigo malandro. Os elementos pessoais do autor entram na crônica e contracenam com a notícia de forma a aproximar o leitor e o cronista. 
   
 Em uma crônica diária não cairia bem um parágrafo tão grande quanto o de cima. E este, que faz parte do outro, sequer deveria ter caído para outra linha, mas novamente meu amigo Chaguinha me vem e diz que a estética é a alma de qualquer texto nos dias de hoje.  Outrora eu resmungaria e diria que ele estava doido, dizer que um texto vale pela ordem de suas linhas e paragrafos, se lá fosse um poema até ainda ia, mas não um texto em prosa. Hoje eu me atento para o fato que os mais jovens não tem o hábito de leitura. 

  Taí um outro tema que pode ser proposto aqui é que o bom escritor, nos dias de hoje tem que ser um roteirista, subsistirão á propagada pos-modernidade somente aqueles que souberem adaptarem seus textos para objetos audiovisuais. Novamente me pego divagando, mas desculpem-me, estou sem ter com quem conversar por algum tempo. Estive com a maleita, febre alta, dores no corpo e etc. Chaguinha veio até minha casa fazer visitas, mas sempre com o porre que lhe é habitual sequer pude conversar sobre meus assuntos. 

  Que dizia?
 
 Ah sim meu douto leitor. Nesse momento deves estar a praguejar, a dizer que perdeu minutos de sua vida lendo esse texto, que o título não tem nada a ver com o texto, que existem milhares de regras ortografico-gramaticais que foram defloradas por esse pacato cronista. Ademais, com alguma atenção deve ter percebido que não terminei o paragrafo no qual falava sobre o "cronista diário", carece dizer que, como não tenho a exigencia de ser um cronista diário, a falta da notícia quente, faz com que o texto pareça diário de adolescente muito mais que uma crônica, esse tão importante texto jornalístico tão pouco explorado nos dias de hoje. 

    Agora vou com tudo:;
   
   Acordei umas cinco da manhã, fiz minhas atividades corriqueiras e retirei o celular da tomada, verifiquei que tinham algumas mensagens em alguns grupos de whatsapp. Algo que me surpreendeu foi uma mensagem dita "URGENTE", o texto dizia que se a quantidade de brancos, nulos e abstenções fossem maior que a quantidade de votos válidos a eleição seria anulada e que os candidatos que concorressem no primeiro pleito não poderiam concorrer em nova disputa. Obviamente não sou dado a levar em consideração esse tipo de coisa. Ocorre que no dia 23 de junho, um dia antes da eleição, me chega o Chaguinha:

 - Cara, parece que vão anular a eleição hein. 
 - O quê? Por quê? 
 - Uai, você não ficou sabendo, vou te mandar. 
 
  E assim eu recebi pela décima vez a mensagem sobre a anulação das eleições. Cabe dizer que tivemos eleições complementares aqui no Tocantins, estamos escrevendo do Tocantins para você que ainda não sabe. Enfim, a norma culta exigiria que eu postulasse os pormenores das eleições complementares no estado, mas dane-se ela hoje, estou com muito sono para ficar pesquisando. Além do que, basta que o pacato e letrado leitor faça sua própria pesquisa.

  Então, dia 24, surpreendendo todos os nobres propagadores das ditas "fakenews" a quantidade de votos válidos foi inferior a dos brancos, nulos e abstenções. E pasmem, a eleição não foi cancelada. Aliás, a eleição serviu para que se gastassem dinheiro dos eleitores, para financiar uma eleição que acabou por deixar o interino (que já estava no cargo de governador) no mesmo lugar que ele sempre esteve. Ou seja, gastou-se o dinheiro do contribuinte na eleição, dos partidos (que também vem de nossa toba) e dos candidatos, gastou-se o tempo de TV com propaganda eleitoral "gratuita" e no fim, acabou que o governador continuou o mesmo que teria sido sem nenhuma eleição. 

 Eira Tocantins vei bruto. E fiquemos de olho que aparentemente o interino que virou governador pode ser cassado ainda. Esperemos para ver, pior é ter que engolir as notícias em rede nacional que falam sempre "do estado DE Tocantins" , por amor de um cacete meus amigos, falem, escrevam e propaguem que é o estado DO Tocantins. Muito obrigado.. 

 
  
  













  
 



Morte acidental

          Enquanto ele falava, eu arrumava a churrasqueira até que todos viessem. Era uma típica festa de firma, onde as pessoas vão par...