29/06/2018

O Branco, o nulo e as mulas

 Certo, certo, vamos iniciar com a aquele papo superficial  e depois trataremos dos assuntos mais importantes. É certo, que aqueles que acompanham esse malfalado blog têm se perguntado porquê cargas d'aguas tem tantas postagens de outros autores. A explicação é simples, para que o mestre GOOGLE, assimile melhor qualquer site e o inclua nas pesquisas é necessário ter muitas palavras-chave (ou keywords) dentro das postagens. Pensando nisso, Chaguinha me aconselhou a postar conteúdos extensos de outros autores. Admiti a possibilidade, claramente consternado pelo fato de eu mesmo não ter disponibilidade temporal para criar os tais textos com as keywords. Assim, assimilei diversas crônicas de mestres na arte de escrever. 



  Desculpem-me as digressões, mas também acho de bom tom, esclarecer aos dois leitores que terão a honra de ver essas palavras: há um bom tempo não escrevo, estou, como se pode dizer, enferrujado, inclusive meus dedos estão começando a doer e creio que não devo passar de 200 caracteres por segundo nesse teclado que é até rasoavel. 
 
 A crônica diária deve ser postulada em termos noticiosos, aquele artigo, matéria ou editoral, devem servir de base para o cronista desvincilhar-se no enlameado e difuso labirinto das palavras. A crônica diária é necessariamente temporal, não consegue distanciar-se do cronus do jornal. O tique-taque das notícias definem o traque-traque da crônica. É bem-vindo e por vezes exigido algum tipo de personalidade própria por parte do autor, um cachorro falante, um espírito desgarrado, ou no meu caso, um amigo malandro. Os elementos pessoais do autor entram na crônica e contracenam com a notícia de forma a aproximar o leitor e o cronista. 
   
 Em uma crônica diária não cairia bem um parágrafo tão grande quanto o de cima. E este, que faz parte do outro, sequer deveria ter caído para outra linha, mas novamente meu amigo Chaguinha me vem e diz que a estética é a alma de qualquer texto nos dias de hoje.  Outrora eu resmungaria e diria que ele estava doido, dizer que um texto vale pela ordem de suas linhas e paragrafos, se lá fosse um poema até ainda ia, mas não um texto em prosa. Hoje eu me atento para o fato que os mais jovens não tem o hábito de leitura. 

  Taí um outro tema que pode ser proposto aqui é que o bom escritor, nos dias de hoje tem que ser um roteirista, subsistirão á propagada pos-modernidade somente aqueles que souberem adaptarem seus textos para objetos audiovisuais. Novamente me pego divagando, mas desculpem-me, estou sem ter com quem conversar por algum tempo. Estive com a maleita, febre alta, dores no corpo e etc. Chaguinha veio até minha casa fazer visitas, mas sempre com o porre que lhe é habitual sequer pude conversar sobre meus assuntos. 

  Que dizia?
 
 Ah sim meu douto leitor. Nesse momento deves estar a praguejar, a dizer que perdeu minutos de sua vida lendo esse texto, que o título não tem nada a ver com o texto, que existem milhares de regras ortografico-gramaticais que foram defloradas por esse pacato cronista. Ademais, com alguma atenção deve ter percebido que não terminei o paragrafo no qual falava sobre o "cronista diário", carece dizer que, como não tenho a exigencia de ser um cronista diário, a falta da notícia quente, faz com que o texto pareça diário de adolescente muito mais que uma crônica, esse tão importante texto jornalístico tão pouco explorado nos dias de hoje. 

    Agora vou com tudo:;
   
   Acordei umas cinco da manhã, fiz minhas atividades corriqueiras e retirei o celular da tomada, verifiquei que tinham algumas mensagens em alguns grupos de whatsapp. Algo que me surpreendeu foi uma mensagem dita "URGENTE", o texto dizia que se a quantidade de brancos, nulos e abstenções fossem maior que a quantidade de votos válidos a eleição seria anulada e que os candidatos que concorressem no primeiro pleito não poderiam concorrer em nova disputa. Obviamente não sou dado a levar em consideração esse tipo de coisa. Ocorre que no dia 23 de junho, um dia antes da eleição, me chega o Chaguinha:

 - Cara, parece que vão anular a eleição hein. 
 - O quê? Por quê? 
 - Uai, você não ficou sabendo, vou te mandar. 
 
  E assim eu recebi pela décima vez a mensagem sobre a anulação das eleições. Cabe dizer que tivemos eleições complementares aqui no Tocantins, estamos escrevendo do Tocantins para você que ainda não sabe. Enfim, a norma culta exigiria que eu postulasse os pormenores das eleições complementares no estado, mas dane-se ela hoje, estou com muito sono para ficar pesquisando. Além do que, basta que o pacato e letrado leitor faça sua própria pesquisa.

  Então, dia 24, surpreendendo todos os nobres propagadores das ditas "fakenews" a quantidade de votos válidos foi inferior a dos brancos, nulos e abstenções. E pasmem, a eleição não foi cancelada. Aliás, a eleição serviu para que se gastassem dinheiro dos eleitores, para financiar uma eleição que acabou por deixar o interino (que já estava no cargo de governador) no mesmo lugar que ele sempre esteve. Ou seja, gastou-se o dinheiro do contribuinte na eleição, dos partidos (que também vem de nossa toba) e dos candidatos, gastou-se o tempo de TV com propaganda eleitoral "gratuita" e no fim, acabou que o governador continuou o mesmo que teria sido sem nenhuma eleição. 

 Eira Tocantins vei bruto. E fiquemos de olho que aparentemente o interino que virou governador pode ser cassado ainda. Esperemos para ver, pior é ter que engolir as notícias em rede nacional que falam sempre "do estado DE Tocantins" , por amor de um cacete meus amigos, falem, escrevam e propaguem que é o estado DO Tocantins. Muito obrigado.. 

 
  
  













  
 



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